segunda-feira, 11 de outubro de 2010

JOSÉ SERRA & DILMA - ELEIÇÃO PRA PRESIDENTE

Segunda-feira, 11 de outubro de 2010 | 07:10
Os Institutos começam a atacar de madrugada. O Datafolha examina os 20 milhões de votos desgarrados no primeiro turno, 51 por cento para Serra, 22 para Dilma. E os outros 27? Mas dão a vitória a Dilma, como dava antes.

Helio Fernandes

Arrogantes, prepotentes e imprudentes, reaparecem menos de uma semana depois de terem errado completamente. E insistem na sapiência, que é diferente da sabedoria ou competência. E desbastam, que palavra, mas é perfeita, os 20 milhões de votos obtidos (?) por Dona Marina.

Os Institutos “decodificaram” esses votos, com tanta segurança, mas a conclusão é natural: devem ter poderes extraordinários, acima da compreensão de qualquer cidadão. Nem estou contra os resultados e sim afirmando que não consigo entender como em tão pouco tempo trafegaram num caminho tão cheio de obstáculos, e chegaram ao final do trajeto, orgulhosos com os números que generosamente concordaram em dividir com o público.

Vamos transcrever e, lógico, decompor o que agora o Datafolha e os outros não demoram a revelar, “como ficará o segundo turno dessa eleição tumultuada”.

Graças a Deus, (todos agora são religiosos, não saem das igrejas), embora até ontem não tivessem a menor fé, que é muito mais importante do que qualquer religião. (O Paulo Sólon, partindo daqui, dará um show de conhecimento).

Sobre os votos de Marina, 20 milhões, vejamos como examinaram e concluíram, sem a menor base, 1 – Segundo o onipotente e onipresente Datafolha, Serra ficará com 51 por cento desse total. 2 – Dona Dilma, 22 por cento. 3 – Ora, examinavam a destinação de 100 por cento dos votos desviados para a candidata do PV, mas o total (informação do próprio Datafolha, chega apenas a 73 por cento?

4 – E os outros 27 por cento? Não contam, não valem, não são examinados, montados para um lado e diminuídos para o outro? 5 – Nem me interessa para que lado eles E-R-R-E-M, só quero mostrar a suficiência com que acumulam erros, vá lá, equívocos.

6 – 51 por cento de 20 milhões, (Constatação do Datafolha) representam ou representariam ligeiramente acima de 10 milhões de votos. Que deveriam (ou deverão, longe de mim duvidar das horas marcadas pelo respeitabilíssimo Big Ben), ser somados aos votos conseguidos por Serra no primeiro turno.

7 – Dona Dilma obteria 22 por cento dos 20 milhões que seriam transferidos matematicamente (royalties obrigatórios para o Instituto de excepcional competência e bom senso) para os dois.

8 – A candidata do PT, teria então mais 4 milhões de além dos que teve no primeiro turno, e que o Datafolha divide com a isenção do próprio Salomão.

9 – Convencido da segurança de suas conclusões, e imparcialmente, o Data transfere e transpõe as conclusões para o dia 31, e chega à seguinte conclusão.

10 – No final da noite de 31, (dois domingos á frente) Dona Dilma estará com 54 por cento dos votos válidos, e Serra com 46. Aí, finalmente acertaram. 54 mais 46, chega exatamente a 100 por cento. Que capacidade, que visão, que compreensão.

Perguntinha ingênua, inócua, inútil: não foi o próprio Datafolha que retumbou e proclamou que no PRIMEIRO TURNO, Dilma teria 54 por cento e Serra/Marina 46, e NÃO HAVERIA SEGUNDO TURNO? Agora, insistem nos ERROS e até repetem os números ENCONTRADOS e ULTRAPASSADOS pela realidade?

Além do mais, com essa conclusão o Instituto desvenda e constata a vontade do cidadão-contribuinte-eleitor, representada por esses 20 milhões que não foram nem para Dilma nem para Serra. (Não digo nem para o PV ou para Dona Marina, pois eles mesmos, “lá dentro”, não se acertam em relação à procedência e conseqüência dessa votação).

No PV existem três tendências (ocasionais e conversáveis), e mais uma, que tem objetivo, rumo e destino certo, decidido, e não é de hoje. E o empresário dono da Natura, que compreensivelmente acredita que para suas convicções ou interesses, é muito mais favorável Serra presidente. Nenhuma dúvida, isso é apoiado e combatido dentro do próprio PV.

As outras tendências dos 20 milhões de votos desgarrados no primeiro turno, são conflitantes, hostis e divergentes dentro do partido. Dona Marina não pode e não quer se definir agora, tem e mantém a ilusão de 2014. (A hora é agora, Marina, você perdeu até no Acre, os outros candidatos tiveram mais votos no seu próprio território.

A segunda tendência é localizar a DEFINIÇÃO na cúpula do PV, sem ouvir Dona Marina, que realmente não tem voz nem voto no partido. O PV, internamente, está cheio de Temer, Geddel, Eduardo Alves, todos com a vocação de “leiloeiros”.

E finalmente, esse grupo que também não tem voto ou predominância, quer apenas cargos, conversa com qualquer dos lados, “decide” a favor de que dá mais, não é essa a profissão, a vocação e a obrigação do leiloeiro?

Gabeira, que ficou omisso (mas não conivente) quando a Tribuna impressa e depois aqui no Blog, denunciou formidáveis irregularidades no PV (envolvendo até seu presidente), nem hesitou. Candidato a governador na legenda do PSDB, declarou APOIO a Serra, nem foi à sede do PV, conhece seus personagens.

Portanto, não existe possibilidade, por enquanto, de definição desses votos desgarrados. Reconheço a competência do Datafolha, mas como desvendar o destino de votos, submetidos a leilão? Como saber quem vai oferecer mais, Dilma ou Serra? E como os Institutos irão adivinhar ATÉ O AMARGO FIM? Eles mesmos poderão facilitar, como suas “adivinhações”, a adesão desses verdes por fora e incolores por dentro.

***

PS – O Datafolha, com suas conclusões rombudas, inconsequentes e incoerentes, examinando apenas os 20 milhões de votos desgarrados, deixa claro e evidente: “A votação do primeiro turno não será alterada, quem votou de uma forma, repetirá a decisão, a escolha e o voto.

PS2 – O Datafolha (e os outros que virão apressados) está apenas faturando. E não leva em consideração as MUDANÇAS NA CAMPANHA de Serra?

PS3 – Faltam 20 dias, naturalmente o Datafolha deve fazer “correção de rumo”. Não são os próprios Institutos que DECRETAM, pesquisa é momento?

PS4 – Então o momento não é agora, tempo perdido.
Helio Fernandes | Artigo do dia | 10 comentários |

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010 | 07:05
PROSTRAÇÃO E FRUSTRAÇÃO, o ser ou não ser do presidente do PT

Helio Fernandes

Comentei a afirmação do presidente do PT, justificando: “No primeiro momento, como acreditávamos que ganharíamos no primeiro turno, houve um instante de P-R-O-S-T-R-A-Ç-Ã-O”.

Contei aqui que ele foi muito criticado dentro do partido. É o presidente, mas representa muito pouco, o PT que vai mandar se Dilma vencer, não é o dele. Além do mais, DERROTADÍSSIMO, sempre, no Sergipe.

Diante das críticas internas veementes, José Eduardo Dutra, (é o presidente “nominal” do PT) tratou de movimentar a imprensa amiga, e trocou a palavra. Esqueceram PROSTRAÇÃO, passaram a usar FRUSTRAÇÃO.

Sem dúvida, melhorou a repercussão. A primeira palavra é depreciativa, desalentadora, depressiva, quase desesperadora, dificilmente reparadora. A segunda pode ser a reação de um momento, até ocasional mas rápido.

***

PS – Já a primeira é definitiva, contaminadora, um verdadeiro sentimento. José Dirceu acertou em combater esse “presidente”, P-R-O-S-T-R-A-D-O, geralmente é quem está no chão.
Helio Fernandes | Geral | 3 comentários |

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010 | 07:00
Melancia de beira de estrada

Carlos Chagas

Tempo ainda há. Coragem, talvez não. O resultado pode ser desastroso não só para os dois candidatos que disputam o segundo turno, mas para todo o processo eleitoral. Houvesse menos desconfiança entre Dilma Rousseff e José Serra e eles já estariam decidindo, hoje, de comum acordo, interromper a lamentável segunda temporada dos debates televisivos. Porque quem tem razão, no caso, é o Tiririca: pior não fica.

Qualquer que seja o modelo, de candidato perguntando para candidato, de jornalista questionando candidato ou de locutor dando palpite descabido – a verdade é que os debates faliram. Exauriram-se sem haver, na presente sucessão, prestado o serviço de anos anteriores, de esclarecer o eleitorado. Basta registrar a pequena audiência do debate da noite passada, na TV-Bandeirantes, como de resto a audiência ínfima dos múltiplos debates realizados no primeiro turno por todas as redes. Um amontoado de chavões. A repetição monótona de respostas para perguntas que não foram feitas. A sucessão de ilusões sobre o passado e de promessas para o futuro.

Falta coragem para os candidatos enfrentarem as grandes emissoras televisivas, demonstrando que elas precisam muito mais deles do que eles, delas, e partirem para cuidar da vida e da eleição de verdade, nestas três semanas que faltam. Torna-se essencial dispensar os estúdios enlatados, o faturamento abusivo dos intervalos comerciais, os rapapés na entrada e na saída, a obrigação de permanecer passivo diante das telinhas, tudo empurrado goela a dentro do eleitor, sem a mínima participação dele a não ser no simples ato de desligar os aparelhos.

Melhores resultados alcançariam Serra e Dilma caso dedicados a comícios, visitas a municípios longínquos, carreatas, diálogo e contacto direto com o público, obrigando o cidadão comum a participar. É falsa a impressão de que assistindo debates, com supostas audiências iguais às das novelas, os eleitores definiriam seus votos. No recôndito de sua casa, de bermudas e chinelos, sem ter feito o menor esforço para ver e ouvir candidatos, o eleitor comum sente-se um rei para desligar o aparelho, ou deixá-lo ligado, sem áudio. É a história da melancia de beira de estrada, que o caminhoneiro despreza, preferindo a fruta do galho mais alto, suculenta mas a exigir esforço de quem a cobiça…

MOVIMENTAÇÃO

Rebelião não há, porque no PMDB o mais bobo de seus dirigentes dá nó em pingo d’água. Movimenta-se, porém, a cúpula do maior partido nacional, sinalizando para o PT e para Dilma Rousseff: repousa em mãos do PMDB a chave para o sucesso ou o malogro da candidatura da companheira. Claro que jamais confirmarão ou tornarão público o raciocínio com cheiro de ameaça já formulado junto a quem de direito, no PT. A participação maciça, nos estados, dos governadores, senadores e deputados peemedebistas eleitos no primeiro turno constituirá penhor de vitória para a companheira, mas um certo distanciamento pode ser desastroso.

Sendo assim, os dois lados fizeram as contas e concluíram que, por via das dúvidas, melhor seria Dilma prestigiar logo o PMDB. Discutir o número de ministérios dados ao partido no caso de vitória ficaria para depois. É claro que o partido ainda presidido pelo vice de Dilma, o deputado Michel Temer, já começa a selecionar seus alvos.
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010 | 06:02
Votos de Marina já passaram para Dilma e Serra

Pedro do Coutto

Chaves (fronteira com Espanha) - Nesta cidade portuguesa onde nasceram avós de minha mulher Elena, daí a razão da viagem do Porto para cá, leio no Diário de Notícias a pesquisa do Datafolha publicada hoje que aponta, para o segundo turno, 54 pontos para Dilma Rousseff contra 46 de José Serra. Como se verifica, de acordo com as tendências de hoje, os 20% alcançados no primeiro turno por Marina Silva já se transferiram automaticamente em frações desiguais para os dois finalistas de 31 de outubro. Dilma Rousseff absorveu 8 pontos e Serra arrebatou 12%. Daí porque a diferença entre uma e outro se estreitou de 12 degraus para apenas 8.

Provavelmente o estoque de sufrágios verdes se esgotou, mas isso não quer dizer que a sucessão de 2010 já esteja decidida. Vai depender da reta finalíssima e basicamente de dois fatores: a nova presença do presidente Lula na campanha e principalmente do desempenho de cada adversário no debate marcado para o dia 26 na Rede Globo de Televisão. Isso porque o índice de audiência será muito grande.

As eleições presidenciais poderiam ter sido decididas no primeiro turno em favor da ex-ministra não fosse a explosão do escândalo chamado Erenice Guerra. O recuo de 4 pontos que atingiu Dilma nos últimos lances do confronto deve-se exclusivamente a esse episódio que chocou o país e deslocou uma parcela de eleitores para Marina Silva.

O Público, outro jornal português de grande destaque publicou também na edição de hoje, domingo, o que se pode chamar de os dez mandamentos de Marina Silva para que Dilma e Serra respondam se estão de acordo com o programa básico do PV. Mas é claro que em 9 pontos a concordância é fácil. Entretanto existe um condicionante que pode causar polêmica: trata-se da proposta do PV no sentido de uma reforma política que substitua as eleições proporcionais para a forma de escolha distrital, e, além disso com a adoção de um sistema misto, tipo parlamentarismo alemão, quando a escolha dos eleitos é feita metade pelo voto por distrito e outra metade conforme as listas partidárias. Este ponto pode causar polêmica, mas também pode ser superado, pois o compromisso de agora tanto por parte de Dilma quanto por Serra pode ser esquecido nas eleições proporcionais de 2014.

Finalmente duas condicionantes colocadas por Marina Silva certamente vão ser aceitas, porém não se tornarão por isso exequíveis. Ela propõe 7% do PIB para educação, o que corresponde a 250 bilhões de reais, 3 vezes o que está no orçamento deste ano. Para a saúde ela impõe 10% do PIB, correspondendo a 300 bilhões, três vezes e meia o que está na Lei Orçamentària de 2010.

Mas a do Datafolha foi a primeira pesquisa para o segundo turno. Outras pesquisas virão.
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010 | 06:00
33,09% dos que aprovam Lula votaram em Serra, Marina e outros

José Carlos Werneck

Será que depois dos resultados do primeiro turno das últimas eleições presidenciais, o eleitor brasileiro ainda pode confiar nos institutos de pesquisa?

A pergunta se faz necessária, porque levando-se em conta que, segundo as pesquisas, 80% dos brasileiros gostam de Lula e só 46,91% votaram em Dilma, 33,09% dos admiradores do presidente da República votaram em José Serra ou outro candidato de oposição.

Então realmente tinham razão as pessoas que vinham alertando que toda uma trama estava sendo preparada para induzir o eleitor em votar na candidata do Governo. Ela era a favoritíssima. Ganharia com grande folga, logo no primeiro turno. Com isso quem ousaria duvidar do resultado das eleições, mesmo que esses números fossem manipulados, já que com a implantação da urna eletrônica é impossível uma recontagem de votos, se isto fosse necessário, caso surgisse quaisquer dúvidas sobre a lisura do pleito.

Mas devido ao grande número de alertas, através da Imprensa e notadamente pela Internet, foi feito todo um movimento para que uma fiscalização rigorosa fosse exercida, o que frustrou qualquer tentativa de fraude, que estivesse sendo urdida…

Também era inexplicável a obsessão da Justiça Eleitoral, quase dogmática quanto à infalibilidade da urna eletrônica, negando-se que fosse registrado o voto impresso, que o ex-governador Leonel Brizola, veterano, como vítima de tentativa de fraude, na eleição de 1982, para o governo do Rio de Janeiro, chamava de” papelzinho”.

Brizola realmente tinha inteira razão quando tecia comentários, afirmando que as urnas eletrônicas eram verdadeiras “caixas-pretas” sujeitas a manipulações. Senão, como explicar números reais tão díspares das pesquisas? Ou será que 33.09% dos que aprovam o presidente Lula votaram em Serra, Marina etc?

Mas felizmente surgiram denúncias e uma intensa fiscalização foi feita por todos os interessados na lisura dos resultados e a eleição transcorreu na mais perfeita normalidade. A mesma vigilância deve ser repetida, no segundo turno, para que não pairem dúvidas sobre o resultado do pleito, e o eleito, qualquer que seja, possa exercer com toda legitimidade, que só o voto livre e soberano, dado pelo eleitor, confere aos escolhidos pela maioria.

É dessa forma bonita, que funciona a Democracia, onde o voto de todos os eleitores têm o mesmo valor!
Helio Fernandes | Geral | 2 comentários |

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domingo, 10 de outubro de 2010 | 17:58
Na Copa do Mundo de Vôlei, o Brasil é tricampeão, seguido: 2002, 2006, 2010

Helio Fernandes

Não precisava escolher adversários, ganhou de todos. A tão badalada revanche da Itália, não houve. Perdemos apenas 1 set, por descuido, dois pontos de diferença. Também nenhuma hostilidade, a Itália tem o melhor campeonato (feminino e masculino), muitos brasileiros jogam lá.

A jovem seleção de Cuba

Também não ameaçou o Brasil, apesar de ter “inspirado” a derrota “planejada”, por ter perdido para a própria Cuba num jogo realmente sensacional. Vitória de 3 a 2, com 15 a 13 no último set.

Hoje o Brasil jogou o máximo. Cuba, com a seleção de menor média de idade de todos os tempos, só deu impressão de resistência no primeiro set. Perdia de 20 a 14, o grande treinador pediu tempo, reduziram a diferença para 20 a 18, o Brasil reagiu logo.

No terceiro e último set, o Brasil facilitou, colocou reservas em quadra, Cuba se aproximou. Chegaram a 24/20, 24/21, 24/22 e finalmente o Brasil fez 25 a 22.

***

PS- Na seleção brasileira, nenhum destaque, todos fantásticos nesse 3 a 0. Em Cuba, o melhor, Leon, de 17 anos. Dentro de 2 anos, para ganhar da seleção de Cuba? Só o Brasil e mais ninguém.
Helio Fernandes | Geral | Comente |

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domingo, 10 de outubro de 2010 | 07:10
Preocupação de Dilma: mais com os derrotados do que com os vencedores. Reavaliação de Serra: recuperar FHC dos escombros, jogar as DOAÇÕES no cenário, enfraquecendo e comprometendo Lula

Helio Fernandes

Mudança fundamental da disputa no segundo turno. Na fase inicial, um Serra absoluto, dominando e dominador, centralizava tudo (como fez a vida inteira), não ouvia ninguém. Embora tenha ido para o segundo turno, coisa que nem os preclaros, arrogantes e adivinhadores imaginavam, foi derrotado.

Com isso, perdeu o comando da campanha. Muita gente do PSDB, comprometida com Serra e dependente de sua vitória, e alguns (poucos) aliados, se insurgiram, protestaram, exigiram um novo tom ou ritmo para a campanha. (Para ser bem popular com as palavras: querem uma NOVA CARA para o candidato).

Pelo menos isso, já que não podem trocá-lo.

Espertíssimo, Serra concordou, incorporou tudo o que os aliados pretendiam, praticamente abdicou da direção. Ficou, digamos, com a parte do varejo, mas concordou inteiramente com o que estão chamando nos seus bunkeres, de atacado.

Por que Serra aceitou essas modificações, incorporou-as tácita e tranquilamente? Fácil de compreender ou constatar: pode até ter considerado, que convencerá melhor o cidadão-contribuinte-eleitor. Talvez até seja, mas para um libertino político-eleitoral como ele, obteve vantagens, nenhum inconveniente.

Se perder, como aconteceu no primeiro turno, não será massacrado pelos “críticos e analistas” internos, estará com a resposta garantida e inapelável: “Entreguei tudo a vocês, não recusei nada, fiquei com a parte cansativa e diária, de correr o país todo pedindo votos”.

Se vencer, o Poder será dele, malabarista da falta de idéias, e monopolizando o Poder conquistado, não precisará “prestar contas” a ninguém. Dirá, sem qualquer margem de erro, “o Poder sou eu”. Onde é que ele já ouviu isso, ligeiramente modificado? Além do mais, eleito (?), sabe que o importante é e será incorporar adversários, jamais ligou (ou ligará) para correligionários.

O que consideram como mais importante e até imprescindível, é combater o “dono” dos votos, o presidente Lula, o homem que sozinho transformou uma “companheira” sem votos, sem povo, sem participação em nada, numa candidata-poste.

A denominação não pertence a ninguém, foi criada, incorporada e popularizada pela voz do povo, que o grande jornalista J. E de Macedo Soares identificou como a “plebe vil e ignara das ruas”. (Era elogio, faltava comunicação, ele era tão influente que se elegeu senador, consagrou uma Era).

No primeiro turno, na campanha de Serra ficaram evidentes duas coisas. 1 – Para conquistar votos era preciso combater e derrotar Lula. Com a sua queda, Dilma cairia sozinha. 2 – Serra não estava como medo de enfrentar Lula, o que ele sentia e demonstrava era pânico mesmo.

Chegou a elogiar Lula, contradição que revelava seu trauma “lulístico” e a falta de compreensão da realidade: o adversário era Lula, só não estava com o nome à disposição, porque a Constituição não permitia.

Impuseram então a Serra a participação de FHC na campanha. E o candidato, que vetava essa participação no primeiro turno, aceitou-a passivamente no segundo.

E como se dará essa participação? De forma óbvia, e até bastante natural: trazendo as DOAÇÕES-PRIVATIZAÇÕES para o primeiro plano do debate, deixando Serra longe e fazendo RESSURGIR o ex-presidente, autor dessas medidas que marcaram seu governo.

Todas as grandes questões econômicas, financeiras, até mesmo de restrição ao patrimônio nacional, são polêmicas. Nesse caso mesmo das DOAÇÕES, é bem possível que por volta de 50 por cento da população esteja a FAVOR e outros 50 por cento CONTRA.

Mas existe um ganho muito maior: coloca o debate entre Lula e FHC, dois presidentes, deixa o visível com Serra e Dilma, que ficam se hostilizando na televisão, disputando apenas na periferia. Enquanto nos bastidores fica sendo travado o grande jogo, até com influência internacional e globalizante. Com a desvantagem para Lula de não ter condições de reagir efetivamente, pois ACEITOU e RATIFICOU tudo o que FHC FEZ para as multinacionais e DESFEZ para o país. E os compromissos de Lula de D-E-S-P-R-I-V-A-T-I-Z-A-R tudo?

Dona Dilma, como vencedora do primeiro turno, e tida e havida como favorita, tem problema de outra espécie, igualmente importante. Que eu coloquei na primeira linha do título: o relacionamento, AGORA e DEPOIS, com os que foram vencedores (para governos, Senado e Câmara). Com os primeiros correligionários, (se é que Serra e Dilma têm correligionários) que já começaram a manifestar suas EXIGÊNCIAS e seus PROTESTOS.

Os que venceram, vão ajudar no segundo turno, mas já reforçaram o que desejam. Os que perderam, jogam a culpa na própria Dilma. Como conciliá-los, agrupá-los, conquistá-los (ou reconquistá-los?) nos 20 ou 21 dias que faltam?

Duas frases assustam e são discutidas diariamente, no PT. A primeira, de Henrique Eduardo Alves: “Ou ganhamos todos juntos, ou não ganha ninguém”. Não é uma análise, e sim intimidação. É o perfil do próprio autor da frase. Deputado de 10 mandatos, sem nunca ter passado disso, (nem chegar a governador), apesar do seu Estado ser capitania hereditária do pai, mesmo numa época em que não havia reeeleição.

Quer ser presidente da Câmara, está vendo o cargo IR PARA O PT, o PDMB de Henrique Alves não fez maioria. O outro grito, abafado como sussurro, veio de José Eduardo Dutra: “Esperávamos ganhar no primeiro turno, como não conseguimos, veio a PROSTRAÇÃO”. Que palavra.

José Eduardo Dutra, com todas as derrotas possíveis e imagináveis no Sergipe, é presidente do PT. Não representa coisa alguma, foi escolhido pelo “critério” vigorante no PT, “cargos de importância, só para quem não tiver voo próprio”. Perfeito.

Mas por que o presidente do partido da candidata, faria uma afirmação como essa? Concordo, ele não é muito brilhante, mas ninguém reviu ou revê o que ele fala? (Poderiam lembrar do que o Marlon Brando diz ao filho no “Poderoso Chefão”: “Nunca deixe os outros saberem o que você está pensando”). Principalmente quando se disputa a Presidência de um país-potência como Brasil.

***

PS – No PSDB ou no PT, ninguém está mais assustado ou interessado diretamente nos votos de Dona Marina. Compreenderam o que eu disse no dia 4 e repeti ontem: Esses votos não são dela, não tem cacife para distribuí-los, e como se faria essa distribuição?

PS2 – Já se convenceram que esses 20 por cento podem ou têm que ser conquistados em massa, até mesmo sem contato com ela.

PS3 – Serra não terá problema com FHC pelo fato de vetá-lo antes e requisitá-lo ou aceitá-lo agora. Se vencer (dificílimo), no máximo terá que MANDÁ-LO para a ONU, ficará longe. Mas será o seu representante junto à Fundação Ford, que sempre patrocinou os dois.

PS4 – Nos 20 ou 21 dias que faltam, escreverei, lógico, sobre o assunto. Como repórter, jornalista, analista. Como cidadão, não votei em nenhum deles, nem votarei.

PS5 – Também não votei em Marina, o Brasil já teve melhores candidatos. E nenhum estadista como presidente eleito. Nada surpreendente, os EUA, em 222 anos de República, só tiveram 4.
Helio Fernandes | Artigo do dia | 21 comentários |

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domingo, 10 de outubro de 2010 | 07:06
Banco do Brasil responde com evasivas à Polícia Federal e monta uma Operação-Abafa, para soterrar o escândalo da nova violação do sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. E assim “la nave va”.

Carlos Newton

Os aloprados do PT não aprendem. Há anos vêm quebrando ilegalmente o sigilo bancário e fiscal do atual vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, que foi secretário da Presidência nos governos FHC. Insistentemente, eles tentam encontrar alguma coisa que possa incriminá-lo, sem êxito.

Eduardo Jorge tornou-se assim o homem mais investigado do país, acima de qualquer suspeita, porque nessas investidas não se descobriu nenhuma prova material, apenas constata-se o fato de que ele enriqueceu. E o que é pior: ele admite e declara à Receita ter enriquecido, ao contrário do que fazem muitos outros “políticos”, como Netinho de Paula, Cesar Maia e Tiririca, para citarmos apenas três dos mais conhecidos candidatos que este ano fizeram ridículas declarações de bens. (Dos três, apenas o palhaço se elegeu).

Desta vez, quem entrou na berlinda por quebrar o sigilo de Eduardo Jorge foi o Banco do Brasil. Quando o escândalo surgiu, estávamos na reta das eleições no primeiro turno, e entrou em vigor uma espécie de Operação-Abafa. Assim, da mesma maneira como está ocorrendo na Controladoria Geral da União em relação ao caso Erenice Guerra, com os auditores fazendo papel de advogados, no Banco do Brasil tenta-se agora sepultar o caso Eduardo Jorge.

Como recordar é viver, a cronologia do imbróglio é a seguinte: em abril, o PT contratou a Lanza Comunicação, do jornalista Luiz Lanzetta, para trabalhar na campanha de Dilma Rousseff. Em maio, a revista “Veja” revelou que Lanzetta tentou montar na campanha petista um grupo para elaborar dossiês. Os alvos seriam Serra, Eduardo Jorge e Verônica, filha de Serra. Em junho, “O Globo” denunciou que num suposto dossiê elaborado pelo PT constariam informações sobre depósitos que somam R$ 3,9 milhões na conta de Eduardo Jorge, resultado da venda de imóveis. De lá para cá, vem rolando a denúncia de quebra de sigilo. Três meses já se passaram, e nada.

Até agora, o Banco do Brasil está só enrolando. Forneceu apenas informações genéricas sobre os motivos que teriam levado os dados do correntista a serem “analisados”, e negou qualquer irregularidade. Em ofício encaminhado à Polícia Federal, o BB confirmou que houve cinco acessos às informações bancárias do vice-presidente do PSDB. Mas quem fez os acessos? O Banco não revela. Por quê? O Banco não revela.

“Informamos que as funções exercidas pelos funcionários estão plenamente compatíveis com os acessos efetuados”, diz, laconicamente, a informação do Banco do Brasil. Traduzindo: o Banco do Brasil na verdade nada informou. Apenas declarou à Polícia Federal que os acessos foram feitos por funcionários que tinham direito de fazê-lo. Ou seja, os acessos (quebra de sigilo) não foram feitos por contínuos nem por porteiros ou seguranças, mas por funcionários mais graduados.

A explicação-justificativa é ilusória, porque o fato de o funcionário do BB ter função que o habilite a acessar contas de outras agências, isso não significa que possa fazê-lo a seu bel prazer, sabe-se lá sob qual justificativa. Como foi o caso da conta de Eduardo Jorge. Afinal, o que a pequena agência de Maricá (RJ) tem a ver com a conta do vice-presidente do PSDB? A Polícia Federal perguntou ao Banco do Brasil? Claro que não. O que a PF deveria perguntar é: por que foram feitos os acessos? E isso o Banco do Brasil não responde. Só se sabe que quatro acessos foram em Brasília e um em Maricá, onde Eduardo Jorge nunca teve conta nem fez movimentação.

A Polícia Federal não descarta que sejam necessárias novas diligências para confirmar se houve ou não algum tipo de irregularidade. Mas o tempo passa e os diligentes policiais continuam inertes. Ainda não formalizaram nenhum pedido adicional de informações ao Banco do Brasil. Como se também estivesse empenhada na Operação-Abafa, a Polícia Federal apenas confirma que o relatório entregue pelo Banco do Brasil não apontou indícios de violação de sigilo. E tudo pode acabar por isso mesmo, no reino de Sua Alteza, Lula II (agora quase III, travestido de Dilma).
Helio Fernandes | Geral | 7 comentários |

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domingo, 10 de outubro de 2010 | 07:00
Candidatos limitarão os debates?

Carlos Chagas

Começa hoje nova rodada de debates entre os candidatos presidenciais, agora apenas com os dois primeiros colocados. Até a realização do segundo turno, dia 31, estão programados mais quatro encontros entre Dilma Rousseff e José Serra. Depois da TV-Bandeirantes, esta noite, seguir-se-ão a Rede-TV, a Folha de S. Paulo, a TV-Record e a TV-Globo.

Já soltamos aqui litros do nosso protesto e indignação diante da presunção e da arrogância de nossas emissoras de televisão e congêneres, cada uma pretendendo-se mais importante do que as outras e imaginando-se dona não apenas da audiência televisiva, mas dos próprios candidatos, obrigados a obedecer suas conveniências. Investem contra o cidadão comum, mesmo sabendo que a proliferação de debates prejudica o processo político. Bastava um, no segundo turno, transmitido em pool por quem se habilitasse. No máximo, dois. Cinco, quem sabe até mais, configura um atentado à paciência nacional.

Posto o preâmbulo, agora o principal: as assessorias dos dois candidatos, em pé-de-guerra permanente, poderão fumar um diminuto cachimbo da paz nas próximas horas e decidir que não cumprirão as ordens nem se subordinarão aos interesses das redes de televisão. Além do debate de hoje, só mais um, a que compareceriam seus candidatos. Resta saber onde, mas a exigência seria de sinal aberto para todas as emissoras interessadas na transmissão.

Caso esse grito de independência seja dado, com a concordância mal-educada e o inevitável estrilo dos barões das telinhas, será possível prever que no próximo governo, qualquer que seja seu ocupante, as emissoras e redes de televisão deverão ficar de olho. Poderá interromper-se esse período de dominação da mídia eletrônica sobre valores constitucionais desde 1988 ignorados. A proibição de oligopólios, por exemplo. Ou a regulamentação do artigo 220, que determina à lei complementar a criação de dispositivos capazes de defender o cidadão e sua família dos excessos da programação televisiva. Nada de censura prévia, é claro, mas quem sabe punições a posteriori, como pesadas multas, suspensões e até cassação da licença de certas empresas funcionarem?

Quem sabe estará sendo escrito, ainda que por via transversa, um novo capítulo no relacionamento do poder público com a mídia, que se pode muito, não pode tudo…

NOVOS TEMPOS?

Com todo o respeito, mas não há de ser com José Sarney, do PMDB, na presidência do Senado, e com Candido Vacarezza, do PT, na presidência da Câmara, que algo de novo acontecerá no Congresso, na Legislatura a se iniciar ano que vem. Ambos, com as devidas homenagens, são egressos dos longos anos de acomodação do Legislativo aos interesses de seus integrantes. Deles não se poderá esperar, por exemplo, que Câmara e Senado trabalhem de segunda a sábado, que mordomias variadas venham a ser suprimidas ou que senadores e deputados continuem vivendo um regime onde trabalhar só é permitido em causa própria.

A renovação não chegou à metade das cadeiras nas duas casas do parlamento nacional, mas seus novos integrantes chegam conduzidos por um sentimento contrário á rotina das benesses e facilidades verificadas há décadas.

Dada a divisão das forças tradicionais que dominam o Legislativo, é possível que os novos busquem unir-se em favor da mudança de hábitos e costumes viciados. Por que não Aécio Neves, Pedro Simon ou alguém capaz de inverter as práticas usuais no Senado, para presidi-lo? Na Câmara, apesar de Tiriricas e Romários, elegeram-se deputados da renovação, até o proporcionalmente mais votado no país, Antonio Reguffe, que por quatro anos, na Câmara Legislativa de Brasília, implodiu o fisiologismo e a bandidagem ao recusar todas as vantagens inerentes ao cargo de deputado distrital?

Sonhar ainda não foi proibido, mesmo sonhos de noite de verão ainda na primavera. Senão os nomes aqui lembrados, por que não outros com propostas semelhantes?

DILMA E SERRA - DEBATE - TRIBUNA DA IMPRENSA

segunda-feira, 11 de outubro de 2010 | 13:00
No primeiro debate, começa a surgir a verdadeira Dilma Rousseff: autoritária e intransigente

Carlos Newton

Quem melhor retratou o debate na Band foi o marqueteiro João Santana, que comanda a campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. “Puta que pariu”, disse ele, segundo os repórteres Leila Suwwan e Flávio Freire, de O Globo. Uma expressão chula, que bem define a baixaria em que Dilma está se metendo, arrastando Serra consigo.

Se a coisa continuar desse jeito, já que ainda faltam diversos debates, vamos assistir, ao vivo e a cores, o sepultamento de Dilma paz e amor e o renascimento de Dilma como ela é, autoritária e intransigente, um verdadeiro trator.

Recordo uma triste cena a que assisti, no início do governo Lula, quando Dilma era ministra de Minas e Energia e participou de uma entrevista com o então presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra. Estavam presentes cerca de 40 jornalistas (de jornais, revistas, rádios e televisões). Um deles era Dirceu Brizola, então editor da Gazeta Mercantil.

A entrevista foi um festival de falta de educação da ministra, que não deixou o presidente da Petrobras responder a nenhuma pergunta. Os jornalistas sempre dirigiam as perguntas a Dutra, até porque ninguém conhecia a ministra. O presidente da Petrobras começava a responder, mas logo era atropelado por Dilma, que lhe tomava a palavra com a maior sem-cerimônia.

Foram cenas constrangedoras, que se repetiram ao longo de toda a entrevista. Nunca vi nenhuma “autoridade” ser tão humilhada em público. Por isso, quando vejo as fotos de José Eduardo Dutra ao lado de Dilma, sorridente, como “coordenador” da campanha dela, me dá pena. Parece que nasceu para ser humilhado.

Conheça o acupunturista da Casa Civil

Muito interessante a matéria da Folha hoje, assinada por Matheus Leitão, Márcio Falcão e Andreza Matais, sobre a contratação de um acupunturista pela Casa Civil em 2009, ao tempo de Dilma Rousseff.

Gu Zhou-Ji ganha R$ 4 mil por mês para atender os servidores da pasta. Foi nomeado como “assessor técnico” em outubro de 2009. Vamos ver apenas dois trechos da entrevista:

Folha – O senhor é acupunturista da Casa Civil e da Presidência?

Gu Zhou-Ji – Sou, mas não existe nada de errado nisso. É horrível o que estão fazendo comigo. Quando eu entrei não tinha nenhum cliente. Não fiz divulgação, mas hoje estou com muitos clientes.

Folha – O senhor foi nomeado para fazer o quê?

Essa parte você tem de perguntar no Palácio do Planalto. Eles têm uma resposta direitinha. Primeiro, era a parte administrativa. Fui contratado como assistente técnico. Como apresentei o diploma em acupuntura, passei a atender. Comecei o atendimento em abril. Não fizemos propaganda, só boca a boca e hoje eu não tenho horário. Só atendo com hora marcada e tenho só uma maca.

Muito interessante, mesmo. Mas o melhor é este trecho: “Essa parte você tem de perguntar no Palácio do Planalto. Eles têm uma resposta direitinha”. Sensacional.

Comentarios - Tribuna da Imprensa - RJ

quarta-feira, 04 de agosto de 2010 | 07:00
O vencedor do debate

Carlos Chagas

Impressionar-se com o último livro que leu acontece com muita gente, em especial os jovens. O tempo, depois, se as leituras continuam, encarrega-se de ir deixando marcas e lembranças capazes de formar um conjunto ordenado, racional e menos influenciável.

Assim deveria acontecer na campanha presidencial, diante da rotina dos candidatos, mas, pelo jeito, eles, seus assessores e até os jornalistas voltam-se para os acontecimentos de ontem como se caracterizassem definitivamente a sorte da eleição. Sejam pesquisas, declarações infelizes, denúncias, sucesso em algum comício, reuniões proveitosas ou debates, os fatos da véspera fazem as cabeças.

Vale apostar que na sexta-feira, pela manhã, muita gente estará considerando eleito o candidato que tiver se saído melhor no debate da noite de quinta-feira, na TV-Bandeirantes. Tanto faz se tiver sido Dilma ou Serra, ainda que Marina Silva e Plínio de Arruda Sampaio possam ter superado os demais. É bom ir com calma, não só porque outros debates virão. A continuidade da campanha é que levará o eleitor à decisão final.

Assim, parece precipitado apregoar que o vencedor do debate já ganhou a eleição, como certamente se ouvirá nas esquinas e se lerá nas colunas. Precipitação, paixões e interesses variados costumam induzir as pessoas a erro.

Tiraram o tapete

Deve o Lula estar irritado com a resposta seca e mal-educada do ministério de Relações Exteriores do Irã diante da proposta de ser enviada para o Brasil e não apedrejada em Teerã a mulher lá condenada à morte por adultério. Porque além de haver demonstrado humanidade, nosso presidente moveu mais uma peça no xadrez da política internacional. Parece que perdeu uma torre ou um bispo. Aceitar a sugestão brasileira teria sido, para os aiatolás, uma prova de boa vontade. Uma evidência de que não são assim tão radicais nem medievais.

Ao contrário, o porta-voz da chancelaria iraniana chamou o Lula de desinformado, sem conhecer suficientemente o caso envolvendo a infeliz Sakinah Ashtiani. Ora, que “caso” levaria o governo daquele país a matar uma mulher a pedradas em pleno Século XXI? Se agem dessa forma num episódio que nem geraria processo criminal no resto do mundo, como agirão quando tiverem dominado a tecnologia nuclear capaz de levá-los a possuir a bomba? Ao primeiro sinal de crise vão jogá-la em cima de alguma cidade.

Em termos de Irã, deve o Brasil fechar a janela e nem olhar mais para aquelas bandas.

Cadeia neles…

O caos nos aeroportos aconteceu agora por conta da empresa Gol, responsável por cancelar num único dia trezentos vôos marcados e pagos pelos indigitados passageiros. Para eles, intermináveis horas de espera, obrigados a dormir no chão e a receber maus-tratos de funcionários desqualificados, que nem informar sabiam.

Tem solução? Tem. Primeiro, multar a Gol e intimá-la a indenizar a multidão de prejudicados. Em seguida, cassar-lhe a concessão, levando seus proprietários à barra dos tribunais. Cadeia neles, pelo descumprimento dos contratos.

E depois? - perguntarão os cultores da prevalência do mercado e do neoliberalismo. Depois, que o poder público avoque a função de administrar o transporte aéreo, porque pior do que a iniciativa privada vem fazendo não é possível. Ou a Força Aérea Brasileira, estatal, não funciona exemplarmente, apesar da falta de recursos?

Os candidatos e os partidos

Se o PT aumentar suas bancadas no Congresso, terá sido mais pela presença do Lula do que de Dilma Rousseff na campanha. Aliás, a eleição da candidata está na razão direta da popularidade do presidente.

No reverso da medalha, se o PSDB perder deputados e senadores, a queda será debitada a José Serra. Pelo menos, é como raciocinam alguns dirigentes do partido.

Lá e cá, erros há. Porque a diminuição ou ampliação das bancadas depende muito mais da performance dos diretórios estaduais. Companheiros e tucanos votarão nacionalmente nos estados para escolher o próximo inquilino do palácio do Planalto, mas para seus representantes no Congresso, pesarão muito mais os fatores locais. Até porque, poderá acontecer a ironia: Dilma eleita e o PT menor. Ou Serra vencedor e o PSDB minguado. Sem candidato presidencial, não é por aí que o PMDB pretende continuar mandando no Legislativo?

SERRA - MOTOSERRA- CORRUPÇÃO?

Não deixe de ler, na edição de 7 de outubro da Tribuna da Imprensa - on line o
Escandaloso e imoral. Serra pagou mais de um bilhão de reais por precatório de uma única empresa, esquecendo dezenas de milhares de famílias que há muitos anos esperam o pagamento de precatórios de natureza alimentar =.=.==.=.=.=.=.=.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PROVA DA OAB - REFLEXÃO

Contestado por muitos estudantes de direito, o teste obrigatório para o exercício da advocacia é alvo de enquetes virtuais que revelam o desagrado com a prova

Camila de Magalhães

Publicação: 05/08/2010 07:00 Atualização: 05/08/2010 08:01
Aluna do 6º semestre de direito do Iesb, Amanda Moreira Andrade, 19 anos, é contra a obrigatoriedade do exame de ordem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para exercer a advocacia. Para ela, não ter a garantia de advogar ao terminar os cinco anos de graduação é lamentável. “A faculdade já é suficiente para nos qualificar”, acredita. Já os colegas Pedro Jaguaribe, 20, e Ronaldo Bispo Lima, 25, atestam a dificuldade das provas, mas julgam que são necessárias. A polêmica sobre o exame foi novamente levantada após a divulgação do resultado de uma enquete, realizada pela Agência Senado em julho. A pesquisa on-line revelou que 94,3% dos 167.355 votos foram favoráveis ao Projeto de Lei nº186/2006, em tramitação na Casa, de autoria do senador Gilvam Borges (PMDB/AM), que considera o exame inconstitucional e o elimina como requisito para o exercício da advocacia no país.

A tendência foi confirmada em levantamento do site www.correiobraziliense.com.br/euestudante. Até as 18h de ontem, eram 34.835 votos, sendo 92% favoráveis à extinção do exame (1). Os resultados, no entanto, são fruto da mobilização dos integrantes do Movimento Nacional dos Bacharéis em Direito (MNBD), uma organização criada em 2007 por estudantes, acadêmicos e pessoas formadas de todo o país para lutar contra o exame pós-diploma como exigência para se inscrever no órgão fiscalizador nacional. Além de atuar junto a parlamentares no apoio a projetos de lei contrários à prova ou sugerindo mudanças nas avaliações da OAB, o grupo questiona a constitucionalidade do exame em vários tribunais regionais do país, pois acredita que o exame fere o princípio do livre exercício das profissões. Para eles, a obrigatoriedade vai de encontro à lei de diretrizes e bases da educação no que se refere à autonomia das universidades de habilitar e qualificar os bacharéis para o exercício da profissão.

“Até recentemente, não tínhamos advogados que assinassem qualquer tipo de petição contra o exame de ordem. Hoje, já temos toda uma estrutura”, observa o presidente nacional em exercício do MNBD, Reynaldo Arantes. A expectativa agora é de que a discussão chegue logo ao Supremo Tribunal Federal, já que está na fila para entrar na pauta de julgamento. Arantes destaca que os altos índices de reprovação nas provas da OAB refletem um possível direcionamento da avaliação para barrar os bacharéis e criar uma reserva de mercado. No Distrito Federal, das 3.165 pessoas que prestaram o 3º exame de 2009, realizado em abril deste ano, apenas 614 (19,4%) foram aprovadas nas duas etapas. Ou seja, a reprovação superou 80%.

Interesses sociais
Arantes ressalta que o movimento é favorável ao Projeto de Lei do Senado nº 43/2009, de autoria de Marcelo Crivella (PRB-RJ), cuja proposta é adotar a aplicação das provas para todos os cursos superiores. “Se houver um exame ainda na faculdade para aferir o conhecimento dos estudantes durante a formação, tudo bem. Desde que sejam aplicados pelo Ministério da Educação e não por conselhos profissionais”, pondera o presidente do MNDB.

Para o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, o resultado das enquetes não impressionam, já que não há rigor científico e os internautas podem votar várias vezes. De acordo com ele, os argumentos dos integrantes do movimento contra as provas também são questionáveis. Ophir diz que, do ponto de vista da constitucionalidade e da legalidade, a Ordem se sente confortável para demonstrar que o exame é autorizado por lei e pela Constituição e que a aprovação ou a reprovação de bacharéis em direito não significa reserva de mercado de trabalho, mas zelo com os interesses sociais.

“A lei deseja proteger a sociedade dos profissionais ainda não habilitados para lidar com dois bens fundamentais para as pessoas: a liberdade e o patrimônio. Para a OAB, enquanto instituição, seria muito interessante ter 2 milhões de advogados, número de bacharéis que estariam na advocacia se não tivéssemos o exame. Hoje, somos 700 mil de associados. Não podemos medir a força da instituição pelo número de pessoas que nela estão inseridas, mas pela qualidade dessas pessoas.” Sem a mínima habilitação, salienta o presidente da OAB, advogados despreparados poderiam causar prejuízo aos clientes, como a perda de patrimônio ou não serem atendidos de maneira apropriada em questões judiciais.

Ophir acrescenta que o exame de ordem está servindo inclusive como instrumento para medir a qualidade do ensino de direito no Brasil. “O próprio MEC tem se utilizado do resultado para renovar ou não as licenças das faculdades. Isso nós conseguimos graças à respeitabilidade e justiça do exame na cobrança do conteúdo a que faculdade são obrigadas a ensinar”, destaca. Ophir atribui a alta taxa de reprovação à má qualidade do ensino aliada à procura do curso de direito por quem não tem vocação, mas se interessa pela carreira em busca das oportunidades oferecidas pelos concursos públicos. Na avaliação dele, há um “verdadeiro estelionato educacional”, com a venda do sonho da formação superior e do título de advogado, sem a preparação necessária.

1 - Prática jurídica
O exame de ordem da OAB foi criado pela lei nº 4.215, de 1963, como uma opção para alunos de direito que não haviam feito estágio de prática jurídica e administração forense. Somente em 1994 é que a aprovação no teste tornou-se obrigatória como requisito para exercício da profissão de advogado, conforme previsto na Lei nº 8.906/94, o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Parlamentares e educadores discordam
Além de destacar a inconstitucionalidade do exame de ordem, o senador Gilvam Borges — autor do projeto que causou a polêmica — aborda a eficácia da avaliação. “Um único exame não é capaz de aferir a aptidão do egresso de um curso de direito”, acredita. “Todo egresso passou por diversas provas, foram cinco anos estudando, sendo examinado por professores doutores, mestres e especialistas. Não existe nenhum exame que possa, ao fim de cinco anos de estudo, dizer os que estão aptos.”

A visão do parlamentar não é unânime(1). Mesmo sem ter se submetido à prova da OAB e ser citado frequentemente como exemplo de que a avaliação não é fundamental para aferir o conhecimento dos estudantes, o ex-ministro da Justiça e advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos se diz favorável à aplicação do exame e destaca que não foi avaliado por ter se formado antes da obrigatoriedade. “O exame da OAB é um filtro muito interessante, que protege os usuários dos serviços dos advogados. Sou a favor do aperfeiçoamento (da avaliação), mas contra qualquer ideia de revogação da medida, que constitui uma proteção da população brasileira que usa os serviços dos advogados.”

Diretora da faculdade de direito da Universidade de Brasília, Ana Frazão também defende a aplicação das provas antes do ingresso na carreira. “Uma coisa é ser graduado e ter acesso a cargos privados e públicos. Outra coisa é ser advogado, um nicho de profissional liberal que requer conhecimento especializado e ética, exatamente o foco das provas da OAB”, observa. Para Ana Frazão, o exame não dispensa algumas mudanças, mas vem cumprindo sua finalidade básica, com bons alunos sendo aprovados sem a necessidade de preparo especial.

A professora de processo civil e direito civil do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) Dulce Donaire concorda com a necessidade de se verificar o conhecimento dos profissionais que vão atuar no mercado. “Nos Estados Unidos, também existe um exame para que o profissional possa atuar perante os tribunais”, lembra.

1 - Comunidades virtuais
As diferentes opiniões sobre o exame também aparecem em sites de relacionamentos, onde há espaço para quem se posiciona contra e a favor da avaliação. São comunidades como Eu odeio a prova da OAB (1.518 membros), Não aguento mais a injusta OAB (400), Eu tenho medo do exame da OAB (466), Sou contra a prova da OAB (117), Exame da OAB, diga não (80). Há ainda Exame OAB — Um bem necessário (7.462 membros), Sim ao exame da OAB (1.322), Passei no exame da OAB de primeira (12.176) e Eu passei na OAB (1.071).

Leia mais sobre educação no Eu, estudante

Barrados
80,6% - de reprovação no DF no 3º exame de 2009
2 milhões - de bacharéis de todo o país ainda não foram aprovados no exame
700 mil - é o número de associados à OAB atualmente

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/08/05/cidades,i=206107/AVALIACAO+DA+OAB+E+REPROVADA+NA+INTERNET.shtml